domingo, 30 de setembro de 2018

Em sua Pele... Uma Manhã com um Agente Comunitário de Saúde




No dia 04 de Outubro É comemorado o dia do Agente Comunitário de Saúde e do Agente de Endemias e eu não poderia deixar de relatar aqui uma experiência maravilhosa que vivi recentemente. 


Que o Agente Comunitário de Saúde é um personagem de fundamental importância para o bom funcionamento do Sistema Unico de Saúde (SUS) não é nenhuma novidade, porém, apenas ler ou ouvir falar da sua realidade diária não é suficiente para entender o seu verdadeiro papel. Fomos convocados para um vivência diferente, passaríamos uma manhã na pele do ACS de uma Unidade de Saúde de nossa cidade Vitória da conquista, Bahia.   
Pois bem, o dia escolhido foi uma segunda feira, e, não sabemos se é rotina, mas neste dia estava acontecendo uma reunião entre os ACS e a enfermeira responsável por aquela equipe. Logo soubemos que nestas reuniões são passadas algumas informações sobre a área do agente, as demandas dos usuários, assim como também são discutidas as dificuldades encontradas em campo. Assim que foi organizada a maneira que faríamos a visita, uma dupla de alunos acompanhando cada Agente de Saúde, saímos para as ruas.
    Não demorou muito para visualizar que o ACS é alguém de total confiança da comunidade, é esse profissional que tem o contato mais próximo com a população. São pessoas versáteis que exercem seu papel para muito além de simplesmente cadastrar as famílias usuárias do SUS. São eles que ouvem sobre os problemas enfrentados para o acesso aos serviços de saúde como consultas, exames, medicamentos e tratamentos especializados, e, apesar de acharem que não podem fazer muito, como comentou a agente que acompanhamos, eles ouvem atentamente e dizem que logo deve melhorar, é isso que esperam.
    O que dizer sobre aquela profissional que tivemos o prazer de conhecer? Alguém, que, apesar da pouca formação técnica, é um pouco de médica, enfermeira, fisioterapeuta, psicóloga e nutricionista. Isso mesmo! Nas poucas visitas que fizemos uma puérpera, duas mães adolescentes, uma idosa (com diabetes tipo 2, hipertensão arterial e em recuperação de um Acidente Vascular Cerebral), foi possível observar como é ampla a atuação dessa profissional da saúde. Ela orientou sobre a importância de tomar os medicamentos corretamente, continuar a fisioterapia em casa seguindo as recomendações da fisioterapeuta, orientou sobre a amamentação e a importância para a criança, etc.
    Não podemos esquecer de falar sobre como é a rotina desses profissionais. Andar de casa em casa todos os dias certamente não é tarefa fácil. E, como relatado por eles, a variação do clima é mais um desafio de sua profissão, pois tanto em dias de chuva como em dias ensolarados a visita deve ser realizada. Mas além desse fator, ainda existem outros como, por exemplo, a prericulosidade que enfrentam diariamente. O bairro em que visitamos é um exemplo desse perigo, por ser uma reigião periférica da cidade com pouca segurança pública, assaltos e roubos são frequentes, além do tráfico de drogas na região que é uma realidade. Esses são apenas alguns dos fatores que tornam essa profissão de alta vulnerabilidade.
    Apesar dos riscos e desafios vividos, a agente que acompanhamos parece satisfeita com o papel que ela sabe que exerce em sua comunidade. Vale ressaltar que, quando contratados, eles são alocados nas regiões e bairros onde vivem. Por isso o sentimento de pertencimento e de cooperação para com os seus vizinhos ou comunidade geralmente sobressair frente às dificuldades encontradas em seu ambiente de trabalho.

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